Conteúdo da Aula
Na questão n°1 do Livro dos espíritos, Kardec pergunta: ”Que é Deus?”, o Espírito de Verdade
responde: ”Deus é a INTELIGÊNCIA SUPREMA, CAUSA PRIMÁRIA de todas as coisas.”
E “como” é Deus? Defini-lo é praticamente impossível, porque não possuímos entendimento, faculdades, para compreender o infinito, o eterno, o perfeito. Nossos conhecimentos e linguagem são limitados.
Paulo de Tarso dizia: “As coisas do espírito não podem ser entendidas, nem explicadas pelo intelecto.”
Embora impotentes para defini-lo, a ideia de Deus impõe-se, por ser indispensável à nossa vida, o mais importante, sim, é senti-lo, ter certeza de que Ele existe que é fácil e natural.
Santo Agostinho a refletir com a frase: “Quando me perguntam que é Deus, eu não sei; porém, se não me perguntam, então eu sei.”
Leon Denis esclarece: “Deus não é um desconhecido: é somente invisível. Não compreendemos, em essência, a Alma, o Bem, a Beleza Moral, que são igualmente invisíveis. Entretanto, sabemos que existem e não podemos escapar à sua influência e deixar de cultuá-los, assim como a Deus, origem de todas as virtudes.”
O mesmo ocorre em relação ao átomo, à eletricidade, ao açúcar dissolvido na água, que não vemos, mas podemos sentir-lhes os efeitos...
Na questão n°14 do Livro dos espíritos, Kardec pergunta: “O homem pode compreender a natureza íntima de Deus?” e a resposta: “Não; é um sentido que lhe falta.” Diante da insistência de Kardec em querer conceituar Deus, a Equipe Espiritual responde: “Deus existe, não podeis duvidar, é o essencial. Crede-me, não vades além. Não vos percais num labirinto de onde não podereis sair...”
Como provas da existência de Deus, temos primeiramente um sentimento instintivo, uma fé inata, da existência de um Ser Superior à nossa capacidade, desde as épocas primitivas. Temos “apetite pelo divino”, “anseio de transcendência”, “senso moral” que os animais não possuem. “O homem é o único a ter consciência de si próprio, das coisas que o rodeiam e dos seus semelhantes” (Marilena Chauí). Percebe que há coisas que fogem ao seu alcance e que ocorrem sem a sua intervenção. Constata, então, que há um Poder Superior que comanda todos os fenômenos.
A princípio, confunde esses fenômenos com o próprio Criador e, buscando proteção e favores, cultua o Sol, a Lua, o Trovão, etc. Depois, cultua ídolos de pedra, animais e vegetais. Sempre há um Ser Maior a quem os demais devem obediência. Ex: Zeus (mitologia grega); Tupã (mitologia indígena bras.)etc. Temos aqui, o Politeísmo (vários deuses, com atribuições diferentes).
A incapacidade do homem em definir esse Ser Superior, Deus, leva ao Antropomorfismo: Deus com características humanas, com virtudes e defeitos... Esse Deus com barbas brancas, sentado num trono, em uma região nunca identificada, guerreiro, ciumento, que castiga eternamente seus filhos (não lhes dando outra oportunidade), até hoje permanece, em muitas religiões.
Mesmo aqueles que se dizem ateus, em situação de perigo iminente e terrível, dão-se as mãos em preces, solicitando ajuda a um Poder Maior: “Meu Deus!” A ideia de Deus, presente no pensamento humano, desde sempre, manifesta-se universalmente, através da Lei de Adoração.
Também podemos considerar que temos em Kardec: “É princípio elementar que se julgue uma causa por seus efeitos, mesmo quando não se vê a causa.“. Por exemplo, um pássaro no ar é atingido por um chumbo mortal. Não é preciso ver o atirador para concluir que foi um hábil atirador que o feriu..., a existência de um relógio mostra a existência de um relojoeiro que o construiu.
Kardec diz: ”A harmonia existente no mecanismo do universo patenteia combinações e desígnios determinados e, por isso mesmo, revela um poder inteligente. Atribuir a formação primária ao acaso é insensatez, pois que o acaso é cego e não pode produzir os efeitos que a inteligência produz. Um acaso inteligente já não seria acaso.”
“O poder de uma inteligência se julga por suas obras, Não podendo nenhum ser humano criar o que a natureza produz, a causa primária é conseguintemente, uma inteligência superior à humanidade.
Quaisquer que sejam os prodígios que a inteligência humana tenha operado, ela própria tem uma causa e, quanto maior for o que opere, tanto maior há de ser a causa primária.
Aquela Inteligência Superior é que é a Causa Primária de todas as coisas, seja qual for o nome que lhe deem.”
A insuperável estrutura da natureza, tanto nas coisas muito grandes como estrelas e planetas, como nas coisas muito pequenas como o mundo microscópico, todas as leis que regem o Universo, mostram a existência de uma inteligência maior.
Como atributos de Deus, temos: ele é único, eterno, imaterial, imutável, onipotente, soberanamente justo e bom. Todos estes atributos, Deus tem em grau infinito.
Com Jesus, aprendemos que devemos adorar a Deus em Espírito e Verdade, isto é, através de nosso pensamento e sentimento, sempre com completa sinceridade.
BIBLIOGRAFIA
Kardec, Allan, A Gênese, cap.II;
Kardec, Allan, O Livro dos Espíritos, 1ª parte cap. I e 4ª parte cap.