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AULA 11 - CAUSA DAS AFLIÇÕES

Bons Estudos

Expositor Arnaldo

Material Complementar

Conteúdo da Aula

INTRODUÇÃO
No atual estágio que se encontra o planeta Terra as nossas aflições ainda são latentes no nosso cotidiano. Conhecer as causas de acordo com os ensinamentos deixados pelo mestre Jesus facilita no conhecimento de nós mesmos, na aceitação de nossas provas tanto quanto da mudança do nosso padrão vibratório, contribuindo assim para nossa evolução e a evolução da nossa morada terrestre.
Definição: AFLIÇÃO de acordo com o dicionário Aurélio significa - profundo sentimento moral produzido por uma circunstância penosa. Estado de grande desalento, de profunda tristeza, mágoa ou desgosto. Grande inquietação, preocupação, ansiedade, angústia. Padecimento físico, tortura.

DOR E SOFRIMENTO: Há que se diferenciar dor e sofrimento para uma reflexão profunda sobre estes termos. A dor física, em nossas vidas, é um alerta da natureza e na maioria das vezes é inevitável nos enfrentamentos diários. Já o sofrimento, mais profundo e passional afeta nossa existência como um todo e é opcional. Ou seja, toda dor, se necessária é uma imposição das leis naturais e o sofrimento, ao contrário não é uma imposição, significa revolta e falta de resignação para com as nossas aflições.
As vicissitudes (infortúnio, infelicidade) da vida, têm duas origens bem diversas, na vida presente ou fora desta vida.

CAUSAS ATUAIS DAS AFLIÇÕES

As fontes dos males terrenos são as consequências naturais do caráter e da conduta daqueles que os sofrem.
- Quantos homens caem por sua própria culpa! Quantos são vítimas de sua imprevidência, de seu orgulho e de sua ambição! Quantas pessoas arruinadas por falta de ordem, de perseverança, por mal comportamento ou por terem limitado os seus desejos!
-Uniões infelizes, resultaram dos cálculos do interesse ou da vaidade, nada tendo com isso o coração!
- Doenças e aleijões são o efeito da intemperança e dos excessos de toda ordem!
- Pais infelizes com os filhos, por não terem combatido as suas más tendências desde o princípio.
Por fraqueza ou indiferença, deixaram que se desenvolvessem neles os germes do orgulho, do egoísmo e da tola vaidade, que ressecam o coração. Mais tarde, colhendo o que semearam, admiram-se e afligem-se com a sua falta de respeito e a sua ingratidão.

Que todos os que têm o coração ferido pelas vicissitudes e as decepções da vida, interroguem friamente a própria consciência. Que remontem passo a passo à fonte dos males que os afligem, e verão se, na maioria das vezes, não podem dizer: “Se eu tivesse ou não tivesse feito tal coisa, não estaria nesta situação”.

A quem, portanto, devem todas essas aflições

O homem é, assim, num grande número de casos o autor de seus próprios infortúnios. Mas, em vez de reconhecê-lo, acha mais simples, e menos humilhante para a sua vaidade, acusar a sorte, a Providência, a falta de oportunidade, sua má estrela, enquanto, na verdade, sua má estrela é a sua própria incúria.

Os males dessa espécie constituem, seguramente, um número considerável das vicissitudes da vida. O homem os evitará, quando trabalhar para o seu adiantamento moral e intelectual.

A lei humana alcança certas faltas e as pune. O condenado pode então dizer que sofreu a consequência do que praticou. Mas a lei não alcança nem pode alcançar a todas as faltas. Ela castiga especialmente as que causam prejuízos à sociedade.

Mas Deus vê o progresso de todas as criaturas. Eis por que não deixa impune nenhum desvio do caminho reto.

Os sofrimentos consequentes são então uma advertência de que ele andou mal. Dão-lhe as experiências e o fazem sentir, a diferença entre o bem e o mal, bem como a necessidade de se melhorar, para evitar no futuro o que já foi para ele uma causa de mágoas. Sem isso, ele não teria nenhum motivo para se emendar, e confiante na impunidade, retardaria o seu adiantamento, e, portanto, a sua felicidade futura.

Mas a experiência chega, quando a vida já foi desperdiçada e perturbada, então o homem se surpreende a dizer: “Se no começo da vida eu soubesse o que hoje sei, quantas faltas teria evitado; se tivesse de recomeçar, eu me portaria de maneira inteiramente outra; mas já não há mais tempo!” Como o trabalhador preguiçoso que diz: “Perdi o meu dia”, ele também diz: “Perdi a minha vida”. Mas, assim como para o trabalhador o sol nasce no dia seguinte, e começa uma nova jornada, em que pode recuperar o tempo perdido, para ele também brilhará o sol de uma vida nova, após a noite do túmulo, e na qual poderá aproveitar a experiência do passado e pôr em execução suas boas resoluções para o futuro.

CAUSAS ANTERIORES DAS AFLICÕES

Mas se há males, nesta vida, de que o homem é a própria causa, há também outros que, pelo menos em aparência, são estranhos à sua vontade e parecem golpeá-lo por fatalidade.

-A perda de entes queridos e dos que sustentam a família, os acidentes que nenhuma previdência pode evitar; os revezes da fortuna, que frustram todas as medidas de prudência; os flagelos naturais; e ainda as doenças de nascença, sobretudo aquelas que tiram aos infelizes a possibilidade de ganhar a vida pelo trabalho: as deformidades, a idiota, a imbecilidade etc.
- Os que nascem nessas condições, nada fizeram, nesta vida, para merecer uma sorte triste, sem possibilidade de compensação, sendo impotentes para modificá-las, enquanto ao seu lado, sob o mesmo teto e na mesma família, outros se apresentam favorecidos em todos os sentidos.
- Que dizer das crianças que morrem em tenra idade e só conheceram da vida o sofrimento?
Problemas, todos esses, que nenhuma filosofia resolveu até agora, anomalias que nenhuma religião pode justificar, e que seria a negação da bondade, da justiça e da providência de Deus recompensa ou uma punição qualquer, se não puderam seguir nem o bem nem o mal?
Entretanto, em virtude do axioma de que todo efeito tem uma causa, essas misérias são efeitos que devem ter a sua causa, e desde que se admita a existência de um Deus justo, essa causa deve ser justa.

O homem não é, portanto, punido sempre, ou completamente punido, na sua existência presente, mas jamais escapa às consequências de suas faltas.

A prosperidade do mal é apenas momentânea, e se ele não expia hoje, expiará amanhã, pois aquele que sofre está sendo submetido à expiação do seu próprio passado.
A desgraça que, à primeira vista, parece imerecida e aquele que sofre pode sempre dizer:
“Perdoai-me, Senhor, porque eu pequei”.
Os sofrimentos produzidos por causas anteriores são sempre, uma consequência natural da própria falta cometida.

O homem sofre aquilo que fez os outros sofrerem
Se ele foi duro e desumano, poderá ser, por sua vez, tratado com dureza e desumanidade; se foi orgulhoso, poderá nascer numa condição humilhante; se foi avarento, egoísta, ou se empregou mal a sua fortuna, poderá ver-se privado do necessário; se foi mau filho, poderá sofrer com os próprios filhos; e assim por diante.

É dessa maneira que se explicam, pela pluralidade das existências e pelo destino da Terra, como mundo expiatório que é, as anomalias da distribuição da felicidade e da desgraça, entre os bons e os maus neste mundo. Essa anomalia é apenas aparente, porque só encaramos o problema em relação à vida presente; mas quando nos elevamos, pelo pensamento, de maneira a abranger uma série de existências, compreendemos que a cada um é dado o que merece, sem prejuízo do que lhe cabe no Mundo dos Espíritos, e que a justiça de Deus nunca falha.

O homem não deve esquecer-se jamais de que está num mundo inferior, onde só é retido pelas suas imperfeições. A cada vicissitude, deve lembrar que, se estivesse num mundo mais avançado, não teria de sofrê-la, e que dele depende não voltar a este mundo, desde que trabalhe para se melhorar.
As tribulações da vida podem ser
-Impostas aos Espíritos endurecidos, ou demasiado ignorantes para fazerem uma escolha consciente,
-Livremente escolhidos e aceitas pelos Espíritos arrependidos, que querem reparar o mal que fizeram e tentar fazer melhor.

Assim é aquele que, tendo feito mal a sua tarefa, pede para recomeçá-la, a fim de não perder as vantagens do seu trabalho.

Essas tribulações, portanto, são ao mesmo tempo expiações do passado, que castigam, e provas para o futuro, que preparam.

Rendamos graças a Deus que, na sua bondade, concede aos homens a faculdade da reparação, e não o condena irremediavelmente pela primeira falta.

Não se deve crer, que todo sofrimento por que se passa neste mundo seja necessariamente o indício de uma determinada falta; trata-se frequentemente de simples provas escolhidas pelo Espírito, para acabar a sua purificação e acelerar o seu adiantamento.

A expiação serve sempre de prova, mas a prova nem sempre é uma expiação.

Provas e expiações são sempre sinais de uma inferioridade relativa, pois aquele que é perfeito não precisa ser provado. Um Espírito pode, portanto, ter conquistado certo grau de elevação, mas querendo avançar mais, solicita uma missão, uma tarefa, pela qual será tanto mais recompensado, se sair vitorioso quanto mais penosa tiver sido a sua luta.

Esses são os casos das pessoas de tendência naturalmente boas, de alma elevada, de sentimentos nobres inatos, que parecem nada trazer de mal de sua precedente existência, e que sofrem com resignação cristã as maiores dores, pedindo forças a Deus para suportá-las sem reclamar.

Podem-se, ao contrário, considerar como expiações as aflições que provocam reclamações e levam à revolta contra Deus.

O sofrimento que não provoca murmurações pode ser uma expiação, mas indica que foi antes escolhido voluntariamente do que imposto; é a prova de uma firme resolução, o que constitui sinal de progresso.

Os Espíritos não podem aspirar à perfeita felicidade enquanto não estão puros. Assim acontece com os passageiros de um navio tomado pela peste, aos quais fica impedida a entrada numa cidade, até que estejam purificados. É nas diversas existências corpóreas que os Espíritos se livram, pouco a pouco, de suas imperfeições. As provas da vida fazem progredir, quando bem suportadas; como expiações, apagam as faltas e purificam; são o remédio que limpa a ferida e cura o doente, e quanto mais grave o mal, mais enérgico deve ser o remédio. Aquele, portanto, que muito sofre, deve dizer que tinha muito a expiar e alegrar-se de ser curado logo. Dele depende, por meio da resignação, tornar proveitoso o seu sofrimento e não perder os seus resultados por causa de reclamações, sem o que teria de recomeçar.

Os verdadeiros infortúnios pode ser encontrado na ausência de fé em Deus, com o impositivo de prosseguir-se caminhando entre dores e desesperações sem os arrimos abençoados da crença e da esperança.

Há, porém, aqueles que no estrugir das dores e na concussão das angústias perseveram confiantes aguardando o auxílio da Divina Misericórdia sem rebeldia e reclamação.

Das dores e aflições o Espírito consciente retira, sempre, a benção de consolação e equilíbrio, se permanecendo fiel a si mesmo e ao pai criador.

BIBLIOGRAFIA
Kardec, Allan, Evangelho Segundo o Espiritismo – cap. 5 itens 6 a 10;
Kardec, Allan, O Livro dos Espíritos, Livro segundo, cap. IV pluralidade das existências, Livro
Terceiro, as leis morais cap. I Lei Divina ou Natural, item III O Bem e o Mal – Cap. XII Perfeição
Moral, Livro Quarto Esperanças e Consolações, cap. I e II.
Franco, Divaldo Pereira, Após a Tempestade, Joanna de Ângelis, Espírito.

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