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AULA 28 - FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO

Bons Estudos

Expositor Arnaldo

Material Complementar

Imagens acervo Pixabay

Conteúdo da Aula

Na obra O Espiritismo na sua mais simples expressão Allan Kardec afirma: O objetivo essencial do Espiritismo é melhorar os homens, no que concerne ao seu progresso moral e intelectual. “O verdadeiro espírita não é o que crê nas comunicações, mas o que procura aproveitar os ensinamentos dos Espíritos.
De nada adianta crer, se sua crença não o faz dar sequer um passo na senda do progresso, e não o torna melhor para o próximo”. E o que nos espera depois desta vida? Afinal, a única certeza da vida é que iremos “morrer”.

O que devemos fazer para sermos “salvos”? Como “ir para o céu”? A felicidade futura depende do que?
Primeiro devemos entender que o céu é um estado íntimo, construído pela própria pessoa, através de suas atitudes, palavras e pensamentos.

É um local para aqueles de consciência tranquila, alcançado por aqueles que procuraram exercitar os ensinamentos de Jesus e sempre procuraram seu aprimoramento espiritual.

Jesus, o Espírito mais perfeito que já viveu na terra, veio nos ensinar o que devemos fazer para esta conquista, é o nosso modelo e guia.

É a solução desta questão tão importante que Kardec, no capítulo XV de O Evangelho Segundo o espiritismo analisa. Vamos então compreender melhor o que é a caridade. A importância da caridade é destacada por Jesus em diversos de seus ensinamentos.

Neste capítulo, Kardec nos mostra a importância de sua prática para o progresso do Espírito. Ele nos mostra uma passagem do evangelho de Mateus, em que Jesus faz um quadro do juízo final, nesse julgamento supremo o juiz só pergunta uma coisa: o indivíduo praticou ou não a caridade?, ele não faz diferença das diversas crenças nem de que maneira esta crença foi praticada.

Jesus faz esta alegoria, de um juízo final, pois os homens de sua época não estavam em condições de compreender coisas puramente espirituais.

Na parábola do Bom Samaritano, Jesus reforça esta ideia ao ser inquirido por um doutor da lei sobre o que deveria fazer para possuir a vida eterna?

Jesus explicou que a resposta já estava escrita na Lei: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo.

Mas, o doutor da lei quis saber quem exatamente seria o seu próximo, então Jesus contou a Parábola do Bom Samaritano, em que um homem foi atacado por ladrões e deixado semimorto.

Um sacerdote e um levita passaram por ele sem prestar ajuda, já um samaritano ao vê-lo, cuidou de suas feridas e o levou para uma hospedaria.

Aquele que prestou misericórdia era o próximo daquele que havia sido atacado. Jesus então disse: vai e faz o mesmo.

Na questão 886 de O Livro dos espíritos, Kardec define como Jesus entendia a caridade: “Benevolência com todos, indulgência para as imperfeições dos outros, perdão das ofensas” e esclarece ainda que a caridade segundo Jesus não se restringe à esmola, abrange todas as relações em que nos achamos com nossos semelhantes sejam eles nossos inferiores, iguais ou superiores.

Benevolência, que se exprime na boa vontade e na disposição de praticar o bem; Indulgência é a misericórdia com as imperfeições alheias; e o perdão, que é a desculpa das faltas alheias. Podemos praticar a caridade de diversas formas, normalmente a associamos à caridade material, ofertar uma esmola ou contribuindo para alguma a associação, mas também podemos exercitar a caridade da palavra, apoiando, consolando, estimulando a esperança.

Por pensamentos, quando desejamos o bem, a saúde e o sucesso para os outros. Este exercício da caridade ficará mais fácil com a compreensão dos passes e vibrações.

É importante ainda lembrar que nunca devemos esquecer-nos de exercitar a caridade em nossas próprias casas, pois nosso lar é o nosso primeiro posto de trabalho.

O apóstolo Paulo destaca o valor da caridade quando declara na sua primeira carta aos coríntios: “Agora, portanto, permanecem a fé, a esperança e a caridade, essas três coisas. A maior delas, porém, é a caridade”.

Ele coloca a caridade como a virtude mais importante, acima da fé. Todos podem praticá-la, pobres ou ricos, sábios ou ignorantes homens ou mulheres, praticantes de qualquer crença. A caridade é o amor em ação. E o que é a salvação para os praticantes do espiritismo? Emmanuel nos diz que salvação não é ganhar o reino dos céus, salvação é libertação de compromisso, é regularização de débitos.

É a conquista do reino de Deus em si mesmo, estando com a consciência tranquila, em paz consigo mesmo e com Deus, em qualquer lugar ou situação.

É a libertação de suas imperfeições, que o levam a necessidade de diversas reencarnações em mundos materiais. A Salvação não depende da fé religiosa, ou seja, de qual religião é praticada.

O Espiritismo não se coloca como único caminho para a salvação, os praticantes de qualquer religião podem ser “salvos” desde que cumpram a lei divina que manda amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. Somente aceitar Jesus não basta, ele mesmo esclarece que muitos dizem “Senhor, Senhor...”, mas não fazem sua vontade. A fé sem obras é morta.

Qualquer pessoa, de qualquer religião pode praticar a caridade ao próximo. “O amor cobre a multidão dos pecados”, ou seja, a prática do bem nos ajuda a resgatar os erros cometidos nesta e em outras vidas.
Deus, na sua infinita misericórdia aceita nossa renovação e a prática da caridade alivia nossos débitos perante a lei.

O Evangelho e as Leis Morais A salvação é individual, “cada um segundo suas obras”.

Devemos conquistá-la na pratica do bem, no relacionamento com os semelhantes, através das provas e expiações que passamos.

O fato de sermos espíritas não nos libera da dor ou sofrimento, o Espiritismo nos traz uma compreensão dos porquês da vida, e isto nos ajuda a nos resignar e termos forças para superá-los. Pelas obras que se reconhece o cristão.

Divaldo Pereira Franco, no seu livro “Terapêutica de Emergência, nos traz uma mensagem de Eurípedes Barsanulfo: “Jesus e beneficência! A beneficência, representando as mãos de Jesus em forma de conchas de amor, se espraia pelo mundo remodelando caracteres, reformulando os conceitos utilitaristas e imediatistas dos dias momentosos do mundo. Jamais superada, a beneficência esteve presente em todos os atos do Mestre.

Beneficência que amava, que servia, que instruía e libertava, emulando os que O buscavam a avançar, intimoratos, no rumo da perfeita integração com o espírito amoroso do pai. Desse modo, ontem e hoje, agora e amanhã, beneficência sempre.

A beneficência é luz nas almas embatendo trevas; é pão sobre a mesa, dominando a fome; é medicamento junto ao enfermo vencendo a dor; é lume de esperança clareando as sombras; é gota de leite nos lábios da infância apoiando energias; é tecido gentil guardando a nudez; é, por fim, o amor de Jesus a expressar-se de mil modos nas diretrizes do porvir ditoso que aguarda a todos”.

Em “A Religião dos Espíritos”, Emmanuel complementa nossos estudos: “O obreiro do Senhor, encarnado ou desencarnado, em qualquer senda de educação e em qualquer campo religioso, segue a frente, ajudando e compreendendo, perdoando e servindo, para cumprir-lhe em tudo, sua sacrossanta Vontade”.

E mais a frente: “O trabalho dos que trabalham servindo chama-se humildade e benevolência, esperança e otimismo, perdão e desinteresse, bondade e tolerância, caridade e amor, e, somente através dele, o espírito caminha, na senda de ascensão, em harmonia com as leis de Deus”.

BIBLIOGRAFIA
Kardec, Allan: O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap.15
Xavier, Francisco Cândido: Religião dos Espíritos, Emmanuel.
Franco, Divaldo Pereira: Terapêutica de Emergência, Espíritos Diversos.

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