AULA 30 - VÍCIOS E DEPENDÊNCIAS
OBJETIVO
• Alertar sobre as consequências dos diferentes vícios, no corpo físico e no perispírito, tendo a obsessão como agente complicador.
Enfatizar que educação moral é uma forma de prevenção aos vícios.
Perceber a harmonia do grupo familiar como alicerce ao desenvolvimento do espírito encarnado e a importância dos valores morais e religiosos na educação buscando superar seus vícios.
Alertar sobre as consequências no corpo físico e no perispírito dos diferentes vícios.
INTRODUÇÃO
Os vícios são manifestações inferiores da alma humana e se apresentam como um sério problema de saúde pública para todos os países do mundo.
Na atualidade, a ciência que estuda os problemas relacionados ao uso descontrolado de substâncias psicoativas, deixa de chamar de vícios e passa a considerá-las como dependência química.
• Substância psicoativa: substância química que age, principalmente, no sistema nervoso central, onde altera a função cerebral, muda a percepção, o humor, o comportamento e a consciência. Além dos casos relacionados diretamente ao consumo dessas substâncias, são considerados como dependência alguns comportamentos que se tornam compulsivo: jogar – comer – amar – fazer sexo – comprar – trabalhar, etc...
Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), a dependência química é uma doença que destrói o ser humano física, psíquica, mental, social e espiritualmente. É considerada uma doença primária, incurável, progressiva e fatal, podendo, contudo, ser tratada.
• LE, Questão nº 645. Quando o homem se acha, de certo modo, mergulhado na atmosfera do vício, o mal não se lhe torna um arrastamento quase irresistível? “Arrastamento, sim; irresistível, não; porquanto, mesmo dentro da atmosfera do vício, com grandes virtudes às vezes deparas. São Espíritos que tiveram a força de resistir e que, ao mesmo tempo, receberam a missão de exercer boa influência sobre os seus semelhantes. ”
• LE, Questão nº 911. Não haverá paixões tão vivas e irresistíveis, que a vontade seja impotente para dominá-las? “Há muitas pessoas que dizem: Quero, mas a vontade só lhes está nos lábios. Querem, porém muito satisfeitas ficam que não seja como „querem‟. Quando o homem crê que não pode vencer as suas paixões, é que seu Espírito se compraz nelas, em consequência da sua inferioridade. Compreende a sua natureza espiritual aquele que a procura reprimir. Vencê-las é, para ele, uma vitória do Espírito sobre a matéria. ”
QUEM SÃO OS VICIADOS? QUEM SÃO AS PESSOAS QUE SE ENVOLVEM COM OS VÍCIOS?
• São almas imperfeitas que se comportam segundo seu grau de evolução e que têm dificuldade de compreensão e discernimento das coisas prejudicando o seu próprio organismo e maculando sua existência.
QUAIS SÃO AS CAUSAS?
LE 716: A Natureza não traçou o limite necessário em nossa própria organização? - Sim, mas o homem é insaciável. A Natureza traçou o limite de suas necessidades na sua organização, mas os vícios alteraram a sua constituição e criaram para ele necessidades artificiais.
Certas pessoas são levadas a entregar-se ao uso de substâncias que proporcionam uma ilusória sensação de bem-estar, que se caracterizam pela necessidade compulsória da continuidade de sua utilização e outras vezes, do aumento progressivo das doses usadas, acreditando que resolverão suas angústias, ansiedades e depressões, prejudicando a saúde e o seu viver físico, mental, social e espiritual.
• Para uns se converte em coragem, para outros em entusiasmo, se instalando como dominador, fazendo supor que sustenta os fracos, quando, na verdade, debilita e arruína o seu usuário. Inúmeras são as causas responsáveis pela viciação dos seres humanos.
• Imaginação: - Pela imaginação penetramos os mais insondáveis terrenos das ideias. No entanto, a imaginação tem sido malconduzida pelos homens tanto de modo consciente quanto por desejos inconscientes, levando–os a sofrimentos e outras consequências graves.
• Pela sua imaginação o homem cria suas carências, envolve-se nos prazeres, absorve-se nas sensações e perde-se nos vícios que a sua própria inteligência criou, necessidades de sua condição inferior.
• Os vícios são, portanto, necessidades artificiais que nossa própria consciência criou, às quais nos apegamos.
• Podemos incluir aqui: impotência para dominar a tentação ▪ alegria ▪ frustração ▪ tristeza ▪ esperança ▪ revolta ▪ mágoa ▪ vingança ▪ esquecimento ▪ materialismo ▪ desencantos de toda ordem ▪ dificuldades que o meio oferece.
• A falta de religiosidade se apresenta como falta de fé ▪ por invigilância espiritual ▪ por incapacidade para dirigir os seus próprios atos de forma equilibrada.
O homem até sabe, se não consciente, inconscientemente que essa não é a solução e sabe ainda os males que lhe causam o fumo, o álcool, o jogo, a gula, os abusos do sexo, os entorpecentes, mas como eles proporcionam instantes de fictício prazer, se deixa levar pelo momento e vão se tornando, então, hábitos repetitivos, condicionamentos que comodamente aceitamos muitas vezes sem quaisquer reações contrárias.
O vício é tão prejudicial que todos aqueles que se encontram nas malhas do vício, escondem a maior parte dos sintomas. Ele procura modificar sempre a aparência externa, com finalidade de não demonstrar suas sensações e aflições.
O organismo humano se adapta às cargas dos tóxicos ingeridos e o psiquismo fixa-se nas sensações e na falta delas, o próprio organismo passa a exigir, em forma de dependência e a criatura não consegue mais se libertar e fica viciada.
• Dependência física e psíquica: - Jô, 8:34 nos traz um ensinamento de Jesus que diz: “Todo o homem que se entrega ao pecado é seu escravo”. O organismo humano adapta-se a essa dependência o psiquismo fixa-se nas emoções. Na falta delas o próprio organismo passa a exigir, em forma de dependência, as doses tóxicas ou as cargas emocionais a que se habituara. A criatura não consegue mais libertar-se contaminando o corpo e a alma; torna-se conforme as palavras de Jesus, escravo de si mesmo.
• Tendências reencarnatórias: - o Perispírito registra certos reflexos ou impregnações magnéticas pelas imantações recebidas do próprio corpo físico e do campo mental. A Doutrina Espírita acrescenta, portanto, um componente reencarnatório às dependências, o que de certa forma esclarece os casos crônicos e patológicos.
• Influenciação de más companhias: - raramente estamos sozinhos nas dependências. Temos a companhia daqueles que se comprazem conosco dos mesmos males, encarnados ou desencarnados, em maior ou menor identidade de sintonia. Por vezes, entidades espirituais agem hipnoticamente no campo da imaginação, transmitindo as ondas envolventes das sensações e dos desejos que alimentamos. Como os Espíritos induzem as pessoas ao vício?
• Eles lançam ideias desse teor na mente das pessoas e aquelas que já têm tendência ou que já estão nos vícios por vontade própria, podem aderir às sugestões mentais por estarem na mesma faixa de sintonia.
• O Espírito que está com este propósito conhece a fraqueza da criatura visada, então emite o seu pensamento transmitindo a ideia de fazer uso de alguma droga, aguçando a vontade que já existe em estado latente. E se ela já tem o vício, o espírito intensifica o desejo, para prejudicá-la ainda mais.
• O Espírito obsessor pode usar um outro processo, qual seja, ele procura uma pessoa que seja dependente do vício e começa a sugestioná-la para que convide aquele a quem está tentando prejudicar.
• De tanto receber convite, aquele que está vulnerável por trazer em seu mundo íntimo a tendência de outras vidas, vai se deixando envolver pela tentação, que vai se tornando mais forte e ela acaba por atender, tornando-se dependente. Portanto, pode ser feito, como se diz, “por tabela”. O passado, a dívida que temos para com esses perseguidores, abre campo para essas influências. O perseguidor consegue o seu intento, porque estimula nossas imperfeições para que venham à tona, mas no fundo, é a vontade do perseguido que predomina. Fator Primordial nos Processos de Viciação.
• Está ligado ao próprio indivíduo, ao seu grau de evolução, à sua natureza psicológica em ligação direta com o passado espiritual. O que os vícios acarretam, então, ao corpo e ao Espírito?
• Comprometimento orgânico: - hábito vicioso - desestrutura o corpo físico ▪ registra no Perispírito ▪ (as substâncias introduzem impurezas no Perispírito que são visíveis aos médiuns videntes – à semelhança de manchas, formadas de pigmentos escuros, envolvendo os órgãos mais atingidos, como os pulmões – mas também amortece as vibrações mais delicadas, bloqueando-as, tornando o homem até certo ponto insensível aos envolvimentos espirituais de entidades amigas e protetoras) ▪ se transporta para nova existência em forma de doenças cármicas.
• Degradações psíquicas e morais: - desequilíbrios comportamentais (o encarnado viciado alimenta o vício dos desencarnados que se apegam para usufruir das mesmas inalações inebriantes e com isso, se desenvolve um processo de simbiose a níveis vibratórios, prejudicando sensivelmente o encarnado que fica preso à vontade de entidades inferiores sem o domínio e a consciência dos seus verdadeiros desejos). Dr. Jorge Andrea no livro Psicologia Espírita I.
• O Dr. Jorge Andréa lembra que o viciado de tóxicos, mais do que se possa imaginar, tem habitualmente deslocamentos perispirituais e projeções, ambos sem sentido, porquanto o tóxico atingindo, principalmente, a zona de acoplamento do perispírito com o corpo, determina distonias vibratórias que valem por verdadeiras lesões.
• Seria o fenômeno paranormal doentio.
• Esses deslocamentos nada mais são do que a violência com que o tóxico age sobre o perispírito apresentando reações embora parapsicológicas, integralmente patológicas.
• Porém, o Dr. Jorge Andréa nos diz também que nem todos os viciados trouxeram propriamente um problema cármico. São almas frágeis seduzidas pelas imitações, anúncios diversos, desespero, futuro duvidoso, dores morais, ou seja, almas com poucas condições psicológicas na avaliação das responsabilidades. Com isso desejam sonhos e caminhos sem luta.
OPORTUNO LEMBRAR
– Mediunidade Nos Viciados É oportuno lembrar que os viciados são, em sua maioria, pessoas dotadas de mediunidade, comportando-se como vítimas da atuação de entidades espirituais que sintonizam com os seus pensamentos e se comprazem em fazer com que se mantenham no vício e dificultam a sua recuperação, até porque não só os inimigos que influenciam o ser ao vício, mas aqueles que ao desencarnarem continuam necessitando se alimentar do vício.
Não fossem tão graves, por si só, os danos causados pelos vícios, em alguns casos as criaturas chegam às vias do suicídio e quando não o praticam efetivamente, o fazem por processo indireto porque sobrecarregam o corpo físico, prejudicando e destruindo seu funcionamento.
Após a morte a viciação não cessa, porque, como já dissemos, levamos as impregnações magnéticas a que nos referimos anteriormente, e que são marcadas no corpo espiritual e a criatura ao chegar na espiritualidade percebe então que a morte não resolveu o problema e nem aniquilou a vida e aí ele continua buscando a possibilidade de ter as mesmas sensações que o vício lhe proporcionava e isso ele consegue através da aproximação e influência aos viciados que ainda estão encarnados.
Após o desencarne, os resultados do vício são desastrosos, pois provocam uma espécie de paralisia e insensibilidade aos trabalhos dos espíritos socorristas e permitindo que sejamos arrebatados por falanges de Espíritos inferiores, retardando o auxílio espiritual.
• Emmanuel diz: - após a morte do corpo físico: - o problema da dependência continua até que a impregnação dos agentes tóxicos nos tecidos sutis do corpo espiritual ceda lugar à normalidade do envoltório perispiritual, o que, na maioria das vezes, tem a duração do tempo em que o hábito perdurou na existência física (para o caso do fumo).
Como se libertar dos vícios? Considerando que os vícios estão relacionados a distúrbios da alma, não se pode esperar que os mesmos sejam sanados em um curto período de tempo. Importante lembrar que se trata de emoção a ser trabalhada, o que é mais difícil.
• Sofrer as consequências que trazem: - despertam e começam a luta pela libertação. Entretanto, não é necessário se chegar ao fundo do poço para iniciar esse trabalho.
• Conscientização: admitir que existe uma dificuldade, um problema sério.
• Conhecer-se: tratamento terapêutico se não conseguimos fazer sozinhos. Descobrir os porquês de nossos pensamentos, desejos e comportamentos.
• Conhecer o ser viciado (filho):as mudanças que ocorrem deverão ser percebidas o mais cedo possível e, isso só acontece quando se conhece a pessoa.
• Orientação – educação -religiosidade: presença da família desde a infância.
• Querer: à vontade e a coragem que se constituem na tradução do nosso querer diante de algum propósito. O querer é à vontade com coragem posta em prática. É a ação concretizando o ideal.
A repressão dos vícios não pode ser feita apenas com medidas policiais, mas envolver a colaboração da sociedade através da formação de bons hábitos.
São ações que devem envolver as famílias, a educação na família cristianizada, nas associações esportivas e culturais, as instituições religiosas e as escolas baseadas na educação integral.
• Obs. de Emmanuel: o assunto em relação à saúde corpórea deveria ser estudado na terra mais atentamente, já que a resistência orgânica decresce consideravelmente com os vícios, favorecendo a instalação de moléstias que poderiam ser claramente evitáveis. Por exemplo, a necropsia do corpo cadaverizado de um fumante em confronto com o de uma pessoa sem esse hábito estabelece clara diferença.
TRATAMENTO
• Médico: A medicina dispõe de admiráveis recursos importantes para controlá-los. O tratamento médico baseia-se fundamentalmente na assistência psiquiátrica com medicação e terapia. Em alguns casos, a internação para desintoxicação é necessária.
• Espiritual: Paralelamente deve ser feito o tratamento espiritual tanto para a prevenção quanto para o tratamento propriamente dito. Além da prece e da fé que são fundamentais para essa modalidade de tratamento, outros recursos são utilizados como o passe magnético, a água fluidificada e a desobsessão sempre que necessária.
• Renovação: Reeducação da alma, o que requer a completa adesão do doente ao tratamento instituído. André Luiz nos fala no livro “Nos Domínios Da Mediunidade”: Chegará o dia em que a própria natureza se encarregará disso. Há mil processos de reajuste no universo infinito em que se cumprem os desígnios do senhor, chamem-se eles aflição, desencanto, cansaço, tédio, sofrimento, cárcere.
Importante lembrar que, em alguns casos, há necessidade de outras encarnações para que o problema seja efetivamente solucionado
Material Complementar tem link de programa do Rádio Revista André Luiz que aborda o assunto.
Imagem de Klaus Hausmann por Pixabay
Os vícios são manifestações inferiores da alma humana e se apresentam como um sério problema de saúde pública para todos os países do mundo.