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Allan Kardec explica: ”A casa do Pai é o Universo”. As diferentes moradas são os mundos que circulam no espaço infinito oferecendo aos Espíritos encarnados estações apropriadas ao seu adiantamento. Podemos compreender estas palavras pelo estado feliz ou infeliz do espírito na erraticidade.
Conforme mais ou menos desprendido dos laços materiais, mais ou menos purificado, as sensações que sente variam ao infinito. Enquanto os espíritos culpados erram nas trevas, os felizes gozam de sua felicidade.
Na erraticidade temos várias moradas, mas estas não estão circunscritas.
Emmanuel nos auxilia dizendo que aprendemos hoje que a vida se espalha em todos os domínios universais do sem-fim, que os mundos se multiplicam infinitamente no plano cósmico.
Temos deste modo sóis e planetas incontáveis veiculados às pluriformes esferas espirituais.
Os Espíritos nos ensinam que nos diferentes mundos há muita diversificação quanto a seus habitantes.
Tomando a Terra como ponto de comparação, podemos ter mundos inferiores, superiores ou no mesmo estágio, que poderíamos considerar intermediário.
Nos mundos inferiores a existência é totalmente material, as paixões comandam as ações, quase não há vida moral. A forma humana é mais rudimentar, não há delicadeza, a força bruta é a lei.
Não tem noção do justo e do injusto, são mundos sem indústrias e sem invenções.
Nos mundos intermediários há uma mistura do bem e do mal, com predominância de um ou de outro de acordo com seu adiantamento.
Nos mundos superiores, a influência da matéria diminui e podemos dizer que a vida é toda espiritual. A forma humana é mais aperfeiçoada e mais purificada, os sentidos são mais amplos, não há doenças e a vida é mais feliz.
A locomoção é mais fácil, os homens conservam à sua vontade traços das existências passadas, a vida é mais longa, não há a ambição de um subjugar o outro.
Ocorre a livre transmissão do pensamento. Não são mundos privilegiados, eles progrediram até este estágio.
Os Espíritos encarnados em um mundo não ficam presos a ele, estagiam nos diversos tipos de mundo, procurando locais adequados ao seu adiantamento.
É uma felicidade para ele passar para mundos mais adiantados, ou um castigo quando é obrigado a ficar mais tempo num mundo menos adiantado.
DIVERSAS CATEGORIAS DOS MUNDOS HABITADOS
Os mundos habitados podem ser divididos com base nos seus aspectos mais destacados, se bem que esta classificação é mais relativa do que absoluta, pois um mundo é superior ou inferior em relação aos outros mundos, mais ou menos adiantados.
Mundos primitivos Destinados às primeiras encarnações da alma humana, lá os instintos prevalecem, o objetivo principal é a sobrevivência e satisfação de suas necessidades materiais. A razão começa a se desenvolver. Mundos de provas e expiações A Terra é um exemplo de um destes mundos.
No Evangelho Segundo o Espiritismo, Santo Agostinho analisa suas características quanto à inteligência, qualidades inatas e vícios.
A inteligência, que tem certo grau de desenvolvimento, mostra que a Terra não é mais um mundo primitivo, as qualidades inatas, mostram que certo progresso já foi atingido, mas os vícios que ainda atraem seus habitantes nos mostram uma grande imperfeição moral.
Por isso as dificuldades que seus habitantes enfrentam, expiam seus erros nas misérias e dificuldades da vida, até serem merecedores de viver num mundo mais feliz.
Mas, nem todos os habitantes estão no mesmo grau de adiantamento. Alguns são apenas saídos da infância, são aqueles que chamamos de selvagens, que estão aqui para se desenvolver e educar, ao entrarem em contato com espíritos mais evoluídos.
Alguns pertencem às raças meio selvagens, formadas por estes Espíritos já em progresso.
Outros vieram de outros mundos, de onde foram excluídos devido a sua teimosia em fazer o mal e perturbar os bons.
Como trazem a inteligência mais desenvolvida e alguns conhecimentos, seu contato com Espíritos mais atrasados promove o progresso destes.
Diz santo Agostinho: “É por isso que os punidos se encontram entre as raças mais inteligentes, pois são estas também que sofrem mais amargamente as misérias da vida, por possuírem mais sensibilidade e serem atingidas pelos atritos do que as raças primitivas, cujo senso moral é mais obtuso."
A característica comum dos mundos expiatórios é servir de exílio a Espíritos rebeldes à Lei de Deus.
MUNDOS REGENERADORES
Eles servem de transição entre os mundos em expiação e os mundos felizes. O homem ainda está sujeito às leis que regem a matéria, mas não há entre seus habitantes o orgulho, a inveja ou o ódio.
A perfeita justiça rege as relações sociais e a palavra amor está escrita em todas as fontes. Ainda não existe a perfeita felicidade, os homens ainda são carnais e tem provas a sofrer, mas, comparado à Terra é um mundo mais feliz.
Mas, o homem ainda é falível e o Espírito do mal não está totalmente erradicado, o homem deve avançar, pois não avançar é recuar e o homem pode retornar a mundos de expiação, onde duras provas o aguardarão.
MUNDOS FELIZES
Nestes mundos a matéria é menos densa, o Espírito é mais livre com percepções que desconhecemos as relações entre os povos é sempre amigável, o bem supera o mal e são unidos pelo amor.
As plantas e animais são mais perfeitos e mais adiantados que na terra. A forma corpórea aí é sempre a humana, mas embelezada, aperfeiçoada e, sobretudo, purificada. Isenta de cuidados e angústias, a vida é proporcionalmente muito mais longa do que na Terra.
A morte de modo algum acarreta os horrores da decomposição; longe de causar pavor, é considerada uma transformação feliz, por isso que lá não existe a dúvida sobre o porvir.
Só a superioridade moral e intelectual estabelece diferença entre as condições e dá a supremacia.
A autoridade merece o respeito de todos, porque somente ao mérito é conferida e se exerce sempre com justiça um laço de amor e fraternidade prende uns aos outros todos os homens, ajudando os mais fortes aos mais fracos.
MUNDOS CELESTES OU DIVINOS
Morada dos Espíritos Puros, que chegaram ao grau máximo de evolução.
A eterna luz, a eterna beleza e a eterna serenidade da alma proporcionam uma alegria eterna, livre de ser perturbada pelas angústias da vida material, ou pelo contato dos maus, que lá não têm acesso.
Isso o que o espírito humano maior dificuldade encontra para compreender.
Ele foi bastante engenhoso para pintar os tormentos do inferno, mas nunca pôde imaginar as alegrias do céu.
Por quê? Porque, sendo inferior, só há experimentado dores e misérias, jamais entreviu as claridades celestes; não pode, pois, falar do que não conhece.
PROGRESSÃO DOS MUNDOS
O progresso é uma das leis da natureza. A própria destruição, que parece o fim das coisas, é o meio de chegar, pela transformação, a um estado mais perfeito.
Todos têm direito a prosperar.
Enquanto os seres vivos progridem moralmente, os mundos que eles habitam progridem materialmente.
Todos progridem paralelamente com o homem, os animais seus auxiliares, o dos vegetais.
A Terra já esteve moral e materialmente em um estágio inferior, ela chegou a um dos seus períodos de transformações e passará de um mundo de provas e expiações para um mundo de regeneração.
Então os homens serão mais felizes, pois a Lei de deus reinará.
BIBLIGRAFIA
Kardec, Allan, Evangelho Segundo o Espiritismo, cap.III
Kardec, Allan, Livro dos Espíritos, parte 1 cap.3 e parte 2 cap.6
Kardec, Allan, Gênese, Uranografia Geral
Xavier, Francisco Cândido e Emmanuel, O Consolador