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AULA 25_MILAGRES DO EVANGELHO

Bons Estudos

Expositor Arnaldo

Material Complementar

Conteúdo da Aula

INTRODUÇÃO
O que foram os milagres? Neste capitulo, iremos ter um breve ensaio de como se efetuou e como aconteceram, estaremos trazendo trechos do Evangelho segundo o espiritismo e A Gênese.

Além de trazermos alguns fatos da época com as explicações do Espiritismo. Como a ciência e o espiritismo podem nos explicar tais fatos.

DOS MILAGRES
A palavra milagre na sua acepção etimológica vem do latim miraculum e significa: maravilha, coisa extraordinária. Fato sobrenatural oposto às leis da natureza.

Com a evolução dos tempos, a palavra milagre foi perdendo a sua conotação original, ampla, ou seja, etimológica e passou a ter um sentido mais restrito, referindo-se apenas a uma situação fática no campo da ação do homem ou da natureza em que não havia uma explicação para a ocorrência do fato.
Desse modo, as pessoas na sua grande maioria passaram a entender o milagre, (naturalmente reforçado pelo campo acadêmico, quando lhe faltava conhecimento para explicar ações ou situações que estavam fora da circunferência dos seus estudos) como um fato que estava na esfera do campo extranatural, extrassensorial.

No que se refere ao âmbito teológico, esses fatos e atos extranaturais passaram a ser explicados como uma derrogação (revogação em parte) das leis da Natureza. Isso quer dizer, Deus, permitia que parte das suas leis fossem revogadas para que ―o milagre pudesse acontecer.

Assim, a característica mais forte, de acordo com o entendimento popular e de algumas religiões, é que se está diante de um milagre quando esse for inexplicável; tiver de algum modo derrogado as leis divinas; for de origem sobrenatural. Esse entendimento tem perdurado por anos. E os ditos ―milagre ao serem explicados por algumas pessoas como simplesmente fenômeno da natureza ou demonstração de um conhecimento mais amplo sobre leis naturais, fez com que a Igreja Católica enxergasse esse tipo de posicionamento como uma heresia, uma afronta à fé, o que a levou no passado a condenar à fogueira, aqueles que tiveram a coragem de se manifestar de forma diferente, por não acreditarem em milagres nos moldes como eram explicados pela Igreja – fenômenos sobrenaturais.

Conforme o Livro dos Espíritos, Deus é causa primeira de todas as causas, é Ser Supremo do Universo.
Em razão disso, querendo, Deus pode derrogar ou mesmo revogar as suas leis, já que essas foram criadas por Ele.

Entretanto, a razão nos leva ao entendimento, que se Ele criou leis para dirigir o Universo de forma harmoniosa, não faz sentido desfazê-las.

O que é claro, é que em razão da sua sabedoria divina, tudo ou o que quer que Deus faça tem propósitos divinos e explicações apresentadas por (KARDEC, A Gênese, 2007).

OS MILAGRES E O ESPIRITISMO
O Espiritismo como o Consolador prometido, veio no tempo apropriado, no que se refere aos milagres, fazer a revelação de leis universais que o homem desconhecia, esclarecer fenômenos naturais que ocorrem provocados por essas leis. Nesse sentido, basta que se tome para análise cinco pilares apresentados pela Codificação:
1 - A existência do Espírito e sua sobrevivência após a morte;
2 - A reencarnação.
3 - A lei de causa e efeito.
4 - A comunicação entre o mundo material e espiritual;
5 - A evolução progressiva dos Espíritos e dos mundos e já se poderá enxergar a explicação de muitos dos milagres ditos como sobrenaturais e que nada mais são do que a aplicação das leis que o homem muitas vezes desconhece. (KARDEC, O Livro dos Espíritos, 2007).

Como exemplo, podemos citar ―as mesas girantes vistas antes do olhar apurado de Alan Kardec, poderiam ser consideradas ―um grande milagre no sentido restrito (sobrenatural), vez que uma mesa não tem cérebro, mente, para se manifestar. Entretanto, as mesas girantes, a partir da leitura de Alan Kardec se fez no sentido amplo, um grande milagre (maravilhoso), por trazer ao mundo um entendimento novo sobre a vida, sobre o planeta, sobre a comunicação entre os mundos, sobre o Evangelho, sobre as possibilidades de progresso dos mundos.

Do mesmo modo hodiernamente, podemos citar: o quão é extraordinário o conhecimento da luz, do telefone, da dinâmica dos aviões, dos celulares, da energia atômica, da física quântica, que nada mais são do que a aplicação da lei do progresso e de leis específicas relacionadas a cada um dos exemplos citados acima. Mas tudo isso, como é sabido, não se trata da derrogação de leis naturais e sim, o conhecimento mais amplo dessas mesmas leis naturais.

Os fenômenos espíritas, que podem ser de cunho psíquico ou físico, seguem nessa linha, sempre ocorreram, o que lhes faltava antes da Codificação era a possibilidade de serem estudados. Se tomarmos a bíblia como material de estudo será possível encontrarmos vários fenômenos que o Espiritismo por meio de explicações e esclarecimentos retira da fenomenologia do ―milagre sobrenatural, para inserir naturalmente dentro do contexto das leis universais. E foi justamente essa crença do sobrenatural e falta de estudo sobre os fenômenos naturais que fez com que surgisse a ideia do milagre como aquele que derroga leis divinas e também fez nascerem às crenças supersticiosas. E Espiritismo veio como Consolador libertar os seus adeptos dessa ignorância de conhecimento sobre as leis naturais, esclarecendo, estudando, contribuindo para expandir o pensamento sobre os fenômenos e leis naturais, sem pretender limitar, mas incentivando ao progresso e avanço nas descobertas futuras a partir da evolução do Espírito.

Os médiuns comprometidos no trabalho da Seara Divina, por meios dos fenômenos psíquicos ou físicos não produzem nada que possam se manter no campo do inexplicável. As comunicações, as curas, se tratam de ações naturais, auxiliadas pelo concurso de Bons Espíritos. Ou e ainda, no caso das curas, por meio do magnetismo que está vinculado naturalmente a lei natural de atração mais o auxílio dos Espíritos, que acontece muitas vezes, sem que haja o conhecimento do médium.

MEDIUNS CURATIVOS
Esse gênero de mediunidade, conforme os esclarecimentos de Alan Kardec em O livro dos Médiuns, ―consiste principalmente no dom de curar por simples toques, pelo olhar ou mesmo por um gesto, sem medicamentos.

É evidente que o fluido magnético exerce um grande papel no caso, mas quando se examina o fenômeno com o devido cuidado facilmente se reconhece a presença de mais alguma coisa. Entre os médiuns curadores a faculdade é espontânea, e às vezes, alguns médiuns a possuem sem jamais terem ouvido falar do magnetismo. O magnetizador tem sua força em si mesmo, mas os Espíritos a aumentam se ele apela ou quando pratica a ação em prol do bem, mesmo que o magnetizador não acredite em Espíritos.

COMO OCORRE O PROCESSO DE CURA
De acordo com as informações apresentadas no livro Mecanismos da Mediunidade, (LUIZ, 2002, p. 157) ―O envoltório psicossomático, (templo da alma) é estruturado em bilhões de células que se caracterizam em atividades incessantes. Cada centro de força e cada órgão é um departamento de trabalho interdependente entre si, muito embora, mantenha o caráter autônomo atribuível a cada um. Semelhante a peças, obedece ao comando mental, sediado no cérebro, que lhes mantém a coesão e o equilíbrio, por intermédio das oscilações inestancáveis do pensamento.

(...) Desse modo as várias células sofre o impacto das radiações mentais a lhe absorverem os princípios da ação e reação desse ou daquele teor, pelos os quais os processos da saúde e da enfermidade, da harmonia e da desarmonia são associados e desassociados conforme a direção que lhes imprime a vontade. E ainda assevera André Luiz: ―Por isso, o médium passista necessitará vigilância no seu corpo e na sua ação, porquanto de sua higiene espiritual resultará o reflexo benfazejo naqueles que se proponha a socorrer.

(...) Ao toque da energia emanante do passe, com a supervisão dos Benfeitores espirituais, o próprio enfermo se pauta na confiança e no merecimento de que é testemunho emite ondas mentais características, assimilando os recursos vitais que recebe, retendo o na própria constituição fisiopsicossomática, através das várias funções do sangue.

SUPERIORIDADES DA NATUREZA DE JESUS
Os chamados fenômenos psíquicos são aqueles que têm como causa as faculdades e atributos da alma. Os milagres que são descritos nos Evangelhos na sua grande maioria se encaixam dentro desses, e podem ser explicados a partir da lei de causa e efeito. As propriedades do fluido do períspirito que vem a ser o agente magnético são base para que ocorram fenômenos psíquicos.

E sendo Jesus, um Espírito Superior, devido à sua elevação, tinha a capacidade de se desprender da matéria com grande facilidade, vivia uma vida mais espiritual do que uma vida aprisionada as coisas materiais, embora tivesse a sua constituição física como outro homem qualquer.

A sua elevação lhe dava condições para dominar de modo absoluto a matéria, desprendendo constantemente. Pelas passagens que são narradas e pelo conhecimento trazido na Codificação sobre as faculdades do Espírito, era possuidor da dupla vista que deveria lhe ser permanente e do mesmo modo, os fenômenos que dependiam de fluidos perispirituais ou psíquicos. Por se tratar de Espírito Puro, a qualidade dos seus fluídos lhe conferia uma grande forma magnética, alimentada pelo desejo de fazer o bem. Não se tratava de um médium, no sentido em que se estudo a mediunidade, já que para isso precisaria ser um intermediário na atuação das suas ações, agia por si mesmo, no intuito de fazer o bem e auxiliar aqueles que o procuravam a se libertar das travas que os mantinham presos a seus compromissos ou ignorâncias.

ALGUNS MILAGRES ATRIBUIDOS A JESUS
Uma mulher há doze anos sofria de uma hemorragia, já havia passados por vários médicos e gastado seus haveres sem conseguir resolver o problema ao ouvir falar de Jesus, veio com a multidão atrás dele e lhe tocou as vestes, porquanto, dizia: Se eu conseguir ao menos lhe tocar nas vestes, ficarei curada. — No mesmo instante o fluxo sanguíneo lhe cessou e ela sentiu em seu corpo que estava curada daquela enfermidade.

Jesus, conhecendo em si mesmo a virtude que dele saíra, se voltou no meio da multidão e disse: Quem me tocou as vestes? — Seus discípulos lhe disseram: Vês que a multidão te aperta de todos os lados e perguntas quem te tocou? — Ele olhava em torno de si à procura daquela que o tocara.
A mulher, que sabia o que se passara em si, tomada de medo e pavor, veio lançou-se aos seus pés e lhe declarou toda a verdade. — Disse-lhe Jesus: Minha filha, tua fé te salvou; vai em paz e fica curada da tua enfermidade. (Evangelho de S. Marcos, 5:25 a 34.).

De acordo com o Alan Kardec, na Gênese ―Estas palavras: conhecendo em si mesmo a virtude que dele saíra, exprimem o movimento fluídico que se operara de Jesus para a doente; ambos experimentaram a ação que acabara de produzir-se. É de notar-se que o efeito não foi provocado por nenhum ato da vontade de Jesus; não houve magnetização, nem imposição das mãos.
Bastou a irradiação fluídica normal para realizar a cura. Considerado como matéria terapêutica, o fluido tem que atingir a matéria orgânica, afim de repará-la; pode então ser dirigido sobre o mal pela vontade do curador, ou atraído pelo desejo ardente, pela confiança, numa palavra: pela fé do doente. Razão, pois, tinha Jesus para dizer: Tua fé te salvou.

Compreende-se que a fé a que ele se referia não é uma virtude mística, qual a entendem muitas pessoas, mas uma verdadeira força atrativa, de sorte que aquele que não a possui opõe à corrente fluídica uma força repulsiva, ou, pelo menos, uma força de inércia, que paralisa a ação. Assim sendo, também, se compreende que, apresentando-se ao curador dois doentes da mesma enfermidade, possa um ser curado e outro não. É este um dos mais importantes princípios da mediunidade curadora e que explica certas anomalias aparentes, apontando-lhes uma causa muito natural.

Ao chegar a Betsaida, trouxeram-lhe um cego e lhe pediram que o tocasse. Tomando o cego pela mão, ele o levou para fora do burgo, passou-lhe saliva nos olhos e, havendo-lhe imposto às mãos, lhe perguntou se via alguma coisa. — O homem, olhando, disse: Vejo a andar homens que me parecem árvores. — Jesus lhe colocou de novo as mãos sobre os olhos e ele começou a ver melhor. Ao final, ficou tão perfeitamente curado, que via distintamente todas as coisas. — Ele o mandou para casa, dizendo-lhe: Vai para tua casa; se entrares no burgo, a ninguém diga o que se deu contigo. (Evangelho de S. Marcos, 8:22 a 26.)

Conforme os esclarecimentos trazidos por Alan Kardec, na Gênese ―Aqui, é evidente o efeito magnético; a cura não foi instantânea, porém gradual e consequente a uma ação prolongada e reiterada, se bem que mais rápida do que na magnetização ordinária. A primeira sensação que o homem teve foi exatamente a que experimentam os cegos ao recobrarem a vista. Por um efeito de óptica, os objetos lhes parecem de tamanho exagerado.

Jesus foi a Jerusalém e lá havia a piscina das ovelhas, que em hebreu se chama Betesda, a qual tinha cinco galerias —onde, em grande número, se achavam deitados doentes, cegos, coxos e os que tinham ressecados os membros, todos à espera deque as águas fossem agitadas — Porque, o anjo do Senhor, em certa época, descia àquela piscina e lhe movimentava a água e aquele que fosse o primeiro a entrar nela, depois de ter sido movimentada a água, ficava curado, qualquer que fosse a sua doença.

Lá se encontrava um homem que se achava doente há trinta e oito anos. — Jesus, tendo-o visto deitado e sabendo-o doente desde longo tempo, perguntou-lhe: Queres ficar curado? — O doente respondeu: Senhor, não tenho ninguém que me lance na piscina depois que a água for movimentada; e, durante o tempo que levo para chegar lá, outro desce antes de mim. — Disse-lhe Jesus: Levanta-te, toma o teu leito e vai-te. — No mesmo instante o homem se achou curado e, tomando de seu leito, pôs-se a andar. Aquele dia era um sábado. Disseram então os judeus ao que fora curado: Não te é permitido levares o teu leito. — Respondeu o homem: Aquele que me curou disse: Toma o teu leito e anda. — Perguntaram-lhe eles então: Quem foi esse que te disse: Toma o teu leito e anda?— Mas, nem mesmo o que fora curado sabia quem o curara, porquanto Jesus se retirara do meio da multidão que lá estava. Depois, encontrando aquele homem no templo, Jesus lhe disse: Vês que foste curado; não tornes de futuro a pecar, para que te não aconteça coisa pior. O homem foi ter com os judeus e lhes disse que fora Jesus quem o curara. — Era por isso que os judeus perseguiam a Jesus, porque ele fazia essas coisas em dia de sábado. — Então, Jesus lhes disse: Meu Pai não cessa de obrar até ao presente e eu também obro incessantemente. (Evangelho de S. João, 5:1 a 17.)

Na Gênese de Alan Kardec, encontramos os esclarecimentos sobre esse ―milagre. ―A piscina de Betesda, em Jerusalém, era uma cisterna, próxima ao Templo, alimentada por uma fonte natural, cuja água parece ter tido propriedades curativas. Era, sem dúvida, uma fonte intermitente que, em certas épocas, jorrava com força, agitando a água. Segundo a crença vulgar, esse era o momento mais propício às curas.

Talvez que, na realidade, ao brotar da fonte a água, mais ativas fossem as suas propriedades, ou que a agitação que o jorro produzia na água fizesse vir à tona a vasa salutar para algumas moléstias. Tais efeitos são muito naturais e perfeitamente conhecidos hoje. Depois de haver curado aquele paralítico, disse-lhe Jesus: ―Para o futuro não tornes a pecar, a fim de que não te aconteça coisa pior.

Por essas palavras, deu-lhe a entender que a sua doença era uma punição e que, se ele não se melhorasse, poderia vir a ser de novo punido e com mais rigor, doutrina essa inteiramente conforme à do Espiritismo.

Jesus viu um homem que era cego desde que nascera; — e seus discípulos lhe fizeram esta pergunta: Mestre, foi pecado desse homem, ou dos que o puseram no mundo, que deu causa a que ele nascesse cego? — Jesus lhes respondeu: Não é por pecado dele, nem dos que o puseram no mundo; mas, para que nele se patenteiem as obras do poder de Deus.

...Tendo dito isso, cuspiu no chão e, havendo feito lama com a sua saliva, ungiu com essa lama os olhos do cego — e lhe disse: Vai lavar-te na piscina de Siloé, que significa Enviado. Ele foi, lavou-se e voltou vendo claro. Seus vizinhos e os que o viam antes a pedir esmolas diziam: Não é este o que estava assentado e pedia esmola? Uns respondiam: É ele; outros diziam: Não, é um que se parece com ele. O homem, porém, lhes dizia: Sou eu mesmo. — Perguntaram-lhe então: Como se te abriram os olhos? — Ele respondeu: Aquele homem que se chama Jesus fez um pouco de lama e passou nos meus olhos, dizendo: Vai à piscina de Siloé e lava-te. Fui, lavei-me e vejo. — Disseram-lhe: Onde está ele? Respondeu o homem: Não sei. Levaram então aos fariseus o homem que estivera cego. Também os fariseus o interrogaram para saber como recobrara a vista. (...) Chamaram pela segunda vez o homem que estivera cego e lhe disseram: Glorifica a Deus; sabemos que esse homem é um pecador. Ele lhes respondeu: Se é um pecador, não sei, tudo o que sei é que estava cego e agora vejo. — Tornaram a perguntar-lhe: Que te fez ele e como te abriu os olhos? — Respondeu o homem: Já vo-lo. Disse e bem o ouvistes; por que quereis ouvi-lo segunda vez? Será que queirais tornar-vos seus discípulos? (...) O homem lhes respondeu: - É de espantar que não saibais donde ele é e que ele me tenha aberto os olhos. — Ora, sabemos que Deus não exalta os pecadores; mas, àquele que o honre e faça a sua vontade. — Desde que o mundo existe, jamais se ouviu dizer que alguém tenha aberto os olhos a um cego de nascença. — Se esse homem não fosse um enviado de Deus, nada poderia fazer de tudo o que tem feito. (Evangelho de S. João, 9:1 a 34.)

Na Gênese Alan Kardec, explica essa narrativa dizendo: ―Nada aí há de fantasista, nem de maravilhoso. A linguagem do cego é exatamente a desses homens simples, nos quais o bom senso supre a falta de saber e que retrucam com bonomia aos argumentos de seus adversários, expendendo razões a que não faltam justeza, nem oportunidade. (...) Ser expulso da sinagoga equivalia a ser posto fora da Igreja. Era uma espécie de excomunhão. Os espíritas, cuja doutrina é a do Cristo de acordo com o progresso das luzes atuais, são tratados como os judeus que reconheciam em Jesus o Messias. (...) A pergunta dos discípulos: Foi algum pecado deste homem que deu causa a que ele nascesse cego? revela que eles tinham a intuição de uma existência anterior, pois, do contrário, ela careceria de sentido, visto que um pecado somente pode ser causa de uma enfermidade de nascença, se cometido antes do nascimento, portanto, numa existência anterior. Se Jesus considerasse falsa semelhante ideia, ter-lhes-ia dito: ―Como houvera este homem podido pecar antes de ter nascido?

Em vez disso, porém, diz que aquele homem estava cego, não por ter pecado, mas para que nele se patenteasse o poder de Deus, isto é, para que servisse de instrumento a uma manifestação do poder de Deus. Se não era uma expiação do passado, era uma provação apropriada ao progresso daquele Espírito, porquanto Deus, que é justo, não lhe imporia um sofrimento sem utilidade.

Quanto ao meio empregado para a sua cura, evidentemente aquela espécie de lama feita de saliva e terra nenhuma virtude podia encerrar, a não ser pela ação do fluido curativo de que fora impregnada.
É assim que as mais insignificantes substâncias, como a água, por exemplo, podem adquirir qualidades poderosas e efetivas, sob a ação do fluido espiritual ou magnético, ao qual elas servem de veículo, ou, se quiserem, de reservatório”

CONCLUSÃO
Milagres nos termos excepcionais não existem, mas ao acreditarmos que existem leis que desconhecemos e que são possíveis de serem utilizadas, todos nós, poderemos ser passíveis de receber e ser coparticipe das bênçãos de Deus, seja como médium curador, passista ou como o próprio assistido.

BIBLIOGRAFIA:
Dicionário Priberam da Língua Portuguesa – disponível em: http://www.priberam.pt/DLPO/
KARDEC, Alan. O Livro dos Espíritos. 1857. Publicado pela FEB – Federação Espírita Brasileira, Versão Digital por L. Neilmoris, 2007.
KARDEC, Alan. A GÊNESE – Os Milagres e as Predições Segundo o Espiritismo. 1868. Publicado pela FEB – Federação Espírita Brasileira, Versão Digital por Ery Lopes, 2007.
KARDEC, Alan. O Livro dos Médiuns. 1861. Publicado pela FEB – Federação Espírita Brasileira em 1994, Versão Digital por L. Neilmoris, 2007.
LUIZ, André (Espírito). Mecanismos da Mediunidade. Psicografado por Francisco Cândido Xavier, Waldo Vieira. 21ª ed., Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, 2002.
Notas. Dicionário Priberam da Língua Portuguesa – disponível em: http://www.priberam.pt/DLPO/
Questão nº 1. Que é Deus? ―Deus é a inteligência suprema, causa primaria de todas as coisas. KARDEC, Alan. O Livro dos Espíritos. 1857. Publicado pela FEB – Federação Espírita Brasileira, Versão Digital por L. Neilmoris, 2007, p. 41.
KARDEC, Alan. O Livro dos Médiuns. 1861. Publicado pela FEB – Federação Espírita Brasileira em 1994, Versão Digital por L. Neilmoris, 2007, Item 175. 7 Idem, p. 211-212.

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